Sinto que as palavras me traem. Só me vêm as baratas e oferecidas, que vadiam os cantos óbvios da criatividade. As afoitas de antes já não me visitam mais. As palavras me traem, mas traí-as primeiro. Consome, o amor por essas coisinhas. Te requer de inteiro, é carente de dedicação e compromisso. Tem de se ser delas pra que elas tuas sejam também. Tem de se falar por elas, ser pra sempre a expressão do escrito. E querer sê-lo mais do que qualquer outra necessidade. É difícil, mas me satisfaz. Me faz também, me salva também, muitas vezes. Peço o perdão das palavras, que não só me eternizam, mas também me colorem o mundo e perpetuam tudo que há dentro dele.
-2012