Caos à tarde
E as pessoas se evitam
E são mais donas da rua que os veículos
E não passam a nada despercebidas
E gritam com suas cervejas escuras nas mãos
E apertam-se juntas para chegar em casa
E ignoram a costumeira chuva
E desafiam a morte sobre as bicicletas
E vestem suas meias coloridas
E leem seus jornais gratuitos
E saboreiam seu acento arrogante
E atravessam os parques vazios
E sentam-se em bancos molhados
E ainda vestem seus ternos
E fumam seus cigarros amassados
E não se importam com a sujeira
E saúdam o final de semana.
Hoje é sexta-feira na maior cidade do mundo
E ninguém dá a mínima.
-2014