Abri o armário e senti teu cheiro,
Mas tuas roupas não estavam mais ali.
Os cabides pendurados estavam nus,
Viraram esqueletos da memória daquelas peças
Que tocaram tua pele como eu,
Que cobriram o teu corpo como eu,
Que te esquentaram.
Agora é um ar vazio que preenche aquele
Espaço escuro.
O teu cheiro, porém, perdura.
Aquela mistura do teu perfume
Com o aroma da tua tez
Que só se achava no teu cangote
E que só se acha naquele armário.
A tua fragrância.
-2017