caminho, trôpego,
a voz rouca de uma
tia-avó que só fumava
de quem nunca mais soube.
tropeço,
a laranjeira que crescia
no jardim da infância
que podaram até
às raízes.
reconheço os cômodos
da casa que já não
é mais a mesma,
que já definha como
tudo, como eu mesmo,
e sigo, em frente,
na via de mão dupla
da memória.
-2018